Tormento

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Eu abri uma porta com a marca do demônio.

Dizia não entre!

Mas a voz que soava atrás dela, era de um conhecido. Não eram belas palavras. Como seria minha consciência se eu apenas deixasse pra lá? O instinto de herói que a maldita narrativa estadunidense pregou no fundo da minha consciência, talvez tenha agido à frente até dos meus impulsos.

Que falha. Que trágico!

Havia sangue nas mãos de um conhecido, e uma música melancólica que geralmente toca em funeral. Não era uma morte física, mas de uma moral.

Eu não vi o antes, não presenciei o depois. Quando saí pela porta, não olhei para trás. Tropecei em alguns amigos, onde assustado falei coisas desconexas. O sangue que eu havia visto nas mãos do sujeito, tinha o mesmo cheiro do dia do meu pior pesadelo. Era a mesma lama, e o instinto de herói enfim afundava em desespero, angústia e caos. Alguns anos se passaram, e as vozes ainda ecoam. O cheiro ainda surge em dias como o de hoje. Já inventaram pílula de esquecimento selecionado? Queria a tranquilidade de um mar sem ondas, em dia de sol de temperatura harmoniosa, deitado sob o solo de uma terra sem maldade.

Quem sabe um dia.

#Pessoal