O álcool as vezes é fuga

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Sempre tento redigir textos em terceira pessoa, talvez para quem sabe me aproximar de alguém que pense igual, ou talvez eu esteja só manifestando empatia. Hoje não será dessa maneira. Nem sempre ficar sozinho com meus pensamentos foi uma tarefa fácil.

Acho que todos possuímos nossos demônios falantes, e atravessar a pandemia isolado foi ao mesmo tempo dar um megafone a estes atores coadjuvantes. Talvez se você fizer um recorte  sobre a minha pessoa numa segunda-feira, encontrará o antônimo de alguns finais de semana. Não sou bipolar. Desde que entendi o problema do álcool tenho buscado compreender as suas motivações, o que me leva a embebedar a minha mente, e muitas vezes é uma ação desesperada para matar esse demônios afogados, como eles merecem. Nem sempre deu certo, e a imagem final são as cobranças dos mais próximos sobre determinadas ações. Não estão erradas nisso, afinal para um cara de três décadas nem sempre se espera personagens embriagados e papos rasos. Mas quem realmente se importa? Me manter profundo, é me manter isolado e desprestigiado, visto como estranho, paranoico e forçado. Quem realmente me conhece? São poucos, mas são preciosos. E eu sei que talvez você tenha pensado em me dizer para não pensar no que os outros dizem, e sim, acredite eu não ligo. O problema é a consequência que isso causa nessas pessoas preciosas, que realmente me conhecem. Não me permito ser motivação para qualquer tipo de tristeza daqueles que me abraçam, nem que pra isso eu tenha de fugir nos copos coloridos de destilados nas noites de encontro. Mas sabe, essa não é uma história triste ou de algum viciado. É um relato de alguém que hoje compreende além dos copos, algumas pessoas que se jogam em bebidas aparentemente sem motivos. Nem todos são vítimas, claro. Mas o copo raso de alguns, escondem oceanos muitas vezes surpreendentes.

Já descobriu algum?

#Pessoal