Anarquia e TikTok
Esse post carrega um sentimento confuso.
Certo dia, numa balada toda colorida, trombei com um guri jovem. Usava uma calça que lembrava os vídeos da Lauper dos anos 80, e percebi que ele estava desconexo em relação aos outros.
Me aproximei, e ele estava dançando para o celular, gravando TikTok no meio da pista, lembrando um robozin humanoide em curto circuito . Talvez os tokens e as recompensas sejam mais prazerosas que a realidade. Talvez não seja sobre a rede, mas sobre o manuseio, o vício
Me senti tão desconexo...
Leituras complexas de Kropotkin e Bauman me enchem de explicações frias. Na formação de sua subjetividade, os algoritmos acelerados de videos curtos e rasos sobre consumo e comportamento, no pandemônio do capitalismo, transforma a psique numa espécie de fórmula um, o que me insere uma espécie de “Anarquismo sentimental” no peito.
Na falta de um coletivismo que permita discordar e educar, e que não seja num quarto escuro com corpos fo*****, faltam grandes conexões; Sobram rasos flertes. Afinal, acho que o consumo e descarte nunca foi tão acelerado e brutal, como os dias de hoje. Ou será apenas o drama de velho jovem pessimista?